Arquivo: Edição de 11-10-2013
SECÇÃO: Generalidades |
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Opiniões que Valem A moral mudou como nuvens batidas de vento. Castidade e modéstia, que impeliam o homem em estado de amor a heróicos afazeres, dando-lhe duplicação de forças, caiu em desconceito, depois que as mulheres banalizaram os seus encantos a ponto de a curiosidade não mais conduzir ao casamento. Mostrem-me o que Maomé trouxe de novo e encontrarão apenas coisas más e desumanas, como a sua ordem para espalhar através da espada, a fé. A família tem sido o veículo dos costumes e das artes, das tradições e da moral. As crianças não respeitam leis nem convenções, mas a família – os pais, irmãos e parentes – à força de mimos e de palmadinhas, transformam esses individulistazinhos em seres sociais. No mundo moderno e/ou industrializado, a castidade, que era virtude, passou a motivo de zombaria; o pudor, que fazia a beleza ainda mais bela, desapareceu; a experiência sexual antes do casamento tornou-se vulgar. O homem vangloria-se dos seus defeitos e a mulher reclama um padrão de vida único para ambos os sexos, no qual lhe seja permitido um rosário de aventuras. O nosso Domingo não é mais um “Sabat” antigo, dia de repouso e oração, mas o dia dos divertimentos e do gozo. Isto mostra como a nossa moral está alterada. Quando rapazes e raparigas bem abastecidos de dinheiro descobriram que a religião contrariava os seus prazeres, começaram a pedir à ciência e a certas filosofias mil razões para afastar a religião. O silêncio é a única resposta que devemos dar aos tolos. Porque onde a ignorância fala, a inteligência não dá palpites. As nuvens são como os políticos: quando desaparecem o dia fica lindo. Perante tal sentir, reconheço que quando morre, morre comigo uma certa maneira de ver. Os espelhos servem para se ver os rostos; a arte serve para se ver as almas. Mas não esqueças nunca de que a grande e verdadeira obra de arte é apenas uma sombra da perfeição divina. Pode-se enganar a muitos por algum tempo; pode-se mesmo enganar alguns por muito tempo, mas não se pode enganar a todos por todo o tempo. Não ames pela beleza, pois um dia acaba. Não ames por admiração, pois um dia ficarás decepcionado. Ama apenas porque o tempo nunca pode acabar com um amor sem explicação. Artur Soares (soaresas@sapo.pt) |