Arquivo: Edição de 28-10-2005
SECÇÃO: Informação Religiosa |
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Ano da Eucaristia - Recomendações pastorais
Haja preocupação pastoral de formação sistemática, paciente e gradual (de leitores, acólitos, coralistas, sacristães e outros) aproveitando os dons e carismas pessoais e envolvendo todas as pessoas na celebração (em cânticos, respostas, leituras, gestos...), de modo que todos participem e façam boa articulação entre a dimensão social da fé e a dimensão profética e litúrgica. Seguindo a Cristo, não podemos separar a fé das concretizações práticas de justiça, inspiradas precisamente em Cristo, também presente nos nossos irmãos. A verdadeira caridade é um acto de adoração ao Santíssimo na custódia do nosso próximo. 4. A participação na comunhão Felizmente, hoje, comunga-se muito mais do que em tempos passados, em que se vivia a Eucaristia com um respeito mal formado, ou mesmo medo perante o Santíssimo Sacramento. Mas, por outro lado, corre-se o risco da banalização da Comunhão, participando nela sem a devida preparação, como se fosse um simples gesto social. Eucaristia e Penitência: deverá recomendar-se e criar condições e espaços convenientes, e oferecer o tempo necessário para a celebração do sacramento da reconciliação, como purificação para o encontro com o Senhor e como incarnação da verdade do dinamismo da conversão permanente e da transformação que a graça sacramental opera em cada um de nós e nas nossas comunidades. O viático e a comunhão aos doentes: dê-se a conhecer a doutrina da Igreja sobre o Viático e tome-se mais solene e visível o serviço de levar a Eucaristia aos doentes, na continuação da celebração da Eucaristia, sobretudo dominical. É um gesto concreto de pôr em prática o que se celebrou, de manifestar que os doentes fazem parte da comunidade celebrante e são objecto de particular cuidado e carinho. Deve continuar a merecer atenção a formação dos ministros extraordinários da comunhão para que não banalizem a sua missão nem percam o sentido do mistério. 5. O culto da Eucaristia fora da celebração da missa Fomente-se nos fiéis o gosto pela prática da oração contemplativa, perante o Santíssimo Sacramento, usando a devida pedagogia e procurando que haja espaços de silêncio, sem multiplicar desmesuradamente leituras e orações vocais, mas apontando pistas para a oração pessoal (ver o ritual da Sagrada comunhão e culto do Mistério Eucarístico fora da Missa). Promover, regularmente, nas paróquias um tempo de adoração ao Santíssimo pode ser ocasião para uma verdadeira escola de oração, onde se aprende a crescer numa relação pessoal com Cristo, louvando, agradecendo, pedindo, contemplando... Que cada paróquia estude a forma de garantir a possibilidade de a igreja estar aberta algum tempo durante o dia, para que os fiéis visitem e orem a Jesus Eucaristia, presente no sacrário, coração da comunidade paroquial. As procissões do Santíssimo são outra forma de culto do mistério da Eucaristia. 6. O Lausperene diocesano Dinamizar a oração do Povo de Deus é um serviço pastoral importante que a Diocese deve promover como prioridade. A adoração do Santíssimo Sacramento, em Lausperene, é uma forma que a tradição tem confirmado ser uma boa pedagogia para rezar. Cada paróquia deve continuar ou revitalizar o seu Lausperene, conforme calendário diocesano já actualizado. Quanto possível, organize-se de tal forma que os turnos de adoração continuem durante a noite e introduzam-se as crianças e os jovens nesta oração e formem-se na importância da presença de Cristo na Eucaristia, mesmo para além da missa. Valorizem-se as confrarias e as irmandades do Santíssimo em ordem a realçar o seu carisma fundacional e a ajudar a promover o culto eucarístico na comunidade. 7. A Eucaristia nos santuários A pastoral eucarística interpela directamente os santuários: anunciem com zelo a palavra de Deus, favoreçam convenientemente a vida litúrgica, especialmente com a Eucaristia e a celebração da penitência, e cultivem formas condignas de piedade popular. 8. A Eucaristia e a família A família, como Igreja doméstica, constitui para os filhos a introdução natural à celebração da Eucaristia: prepara-os para ela e habitua-os a viver as suas consequências na vida pessoal, familiar e social. 9. A Eucaristia nas comunidades religiosas A presença de numerosas comunidades religiosas na nossa Diocese constitui um dom e uma graça que nunca nos cansamos de agradecer ao Senhor. A celebração da Eucaristia, diária em quase todas as comunidades, e a presença permanente do Santíssimo Sacramento fazem delas verdadeiros cenáculos de oração e adoração eucarísticas tantas vezes procurados por clérigos e leigos da Diocese. Tanto quanto possível, será sempre enriquecedora a participação na Eucaristia da comunidade paroquial. 10. A Eucaristia, a pastoral vocacional, os seminários e o presbitério A Eucaristia e o sacerdócio nascem do Cenáculo na hora da Última Ceia do Senhor com os seus apóstolos. Que os candidatos ao sacerdócio e os presbíteros – na formação contínua, na celebração e na vida – façam transparecer a beleza do mistério da Eucaristia. O dinamismo da pastoral vocacional e o surgir de vocações para a vida familiar cristã, sacerdotal, religiosa, missionária e de leigos consagrados no mundo dependem muito da vivência eucarística das nossas comunidades. A oração intensa que aí se faça ao Senhor da messe fará surgir "trabalhadores para a Sua messe". |