Leituras e Mensagens... 132.° – Contribuição para o Estudo das Instituições de Assistência Social e Religiosa em Guimarães
CONCLUSÃO A insvestigação de um quadro de valores e atitudes que percorreram os séculos, no concernente à assistencia social e religiosa Guimarães, impôs-nos arrancar do pó bolorento dos arquivos e, obviamente, preservar e dar a conhecer uma panóplia de documentos, da maior relevância para a vida das Instituições. Hoje, volvidos tantos lustres sobre a sua história ininterrupta, impõe-se-nos igualmente repensar, face à confrontação de outros novos valores sociaias e culturais num mundo que trauteia caminho já no terceiro milénio, em que bases podem e devem perspectivar-se e assentar os valores e atitudes de uma Irmandade actual. Assim poderíamos colocar em comum três reflexões: 1.ª - Pensar que uma Irmandade guarda sempre um património cultural móvel e arquitectónico imóvel de inegável valor, dentro da Igreja e na Sociedade, de arquivística documental e arte figurativa que urge a todo o custo conservar. 2.ª - Que esses valores espirituais ou materiais das Irmandades, nascidos das Liturgias, devem ser actualizados numa reutilização constante, no sentido de que eles sejam reveladores como catequese e mensagem na transmissão da fé. A semiótica, neste caso, deve ser assumida responsavelmente para que não se ceda à tentação da mais valia artística dos bens patrimoniais, em detrimento ou substituição da função evangelizadora. 3.ª - Também o nosso mundo em que vivemos é cheio de valores, mas ainda arrasta algumas perversidades que devem assumir-se como próprias da geração presente: Irmandades, quaisquer que elas sejam, ricas ou sobres, grandes ou pequenas devem objectivar o homem na sua dimensão global: limitado e incapaz de per si peregrinar para o Reino de Deus. O homem, que não é museu nem peça catalogada, mais livro aberto, gerador e transmissor de uma mentalidade civilizacional própria e comum do mundo onde vive. Que a miséria, vidas destroçadas, abandono pelos familiares, doenças aterradoras da hora presente e a velhice possam ser melodias numa liturgia de esperança, pelo acolhimento pronto e generoso das nossas Ordens Terceiras, Misericórdias, Confrarias ou Irmandades, realizando em plenitude a sua vocação multissecular.
10/04/2005 Pe. Armando
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