Arquivo: Edição de 17-05-2019
SECÇÃO: Generalidades |
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A hiperprotecção A supermãe entrou rapidamente em acção. Ao dar-se conta da magnitude do problema, começou por tranquilizar o seu “rebento universitário” e resolveu tomar as rédeas do assunto com determinação: contactou a Universidade e exigiu a “libertação imediata” da sua filha. Enquanto isso, a universitária “aproveitou o tempo” no elevador para pôr em dia as suas redes sociais, mensagens e e-mails. Nem lhe passou pela sua cabeça “intelectual” que ela própria podia pressionar o botão de alarme que possuía o elevador para estas lamentáveis situações. Esta história é um exemplo gráfico de onde pode chegar a hiperprotecção dos pais em relação aos seus filhos. O resultado são “rebentos” que, mesmo que possuam uma grande preparação académica, não têm capacidade para resolver os seus problemas do dia-a-dia. O objectivo desse actuar é tornar os filhos felizes. Mas é exactamente aquilo que não conseguem, porque ser superprotector torna os filhos dependentes. E as pessoas dependentes não são felizes. Não permitir aos filhos que experimentem frustrações é enganá-los. A vida está repleta de pequenas e grandes contrariedades, e é preciso ensinar que a tolerância à frustração e a resiliência são hábitos fundamentais para sermos felizes. Na educação é necessário um certo risco, sempre de acordo com a idade dos filhos. É preciso deixá-los actuar por sua conta, ensiná-los a gerir a sua liberdade e a aprender com os inevitáveis fracassos. Isso é o que lhes dará uma verdadeira felicidade no presente e no futuro: saberem-se capazes de resolver os seus próprios problemas. Pe. Rodrigo Lynce de Faria |