Arquivo: Edição de 26-06-2015
SECÇÃO: Informação Religiosa |
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Fátima em Guimarães O retrato da Cova da Iria transpareceu no Campo de S. Mamede onde a imagem branca, vinda do arciprestado de Fafe, foi recebida e envolvida num mar de gente a cantar os louvores à Mãe de Deus que aquela imagem inconfundível refletia. Quando o carro portador daquela Luz Branca que mais parecia uma estrela anunciadora de esperança e de paz, entrou ao cimo do Campo de S. Mamede ouve-se o grito de entusiasmo, sereno e harmonioso do povo: “Nós Te saudamos com alegria” enquanto as palmas marcavam o ritmo da passagem. Mulher do Povo que desceu entre o povo até ao sopé do Castelo da Fundação. Os gritos de guerra associados ao espaço deram lugar à multidão que serenamente e de forma contagiante cantava ”Ave, Ave Maria” Embora chegasse mais tarde que o previsto o povo não arredou pé e permaneceu de forma pouco confortável no recinto enquanto ouviam os apelos da mensagem de Fátima, razões e atualidade para o mundo de hoje. Entre cânticos iam-se lembrando os eixos fundamentais daquilo que Nossa Senhora revelou e pediu aos pastorinhos. Era bem noite, e, ali junto ao castelo, foi rezado o terço do rosário, pedido permanente nas diversas aparições de Nossa Senhora aos videntes. A pastoral juvenil refletiu os Mistérios Dolorosos e rezou com o povo fervoroso, apresentando-se com as cores: branco e vermelho evocativas do Sagrado Coração de Maria. Já com a noite adiantada foi a procissão de velas para a Colegiada de Nossa Senhora da Oliveira, um verdadeiro hino à religiosidade e à devoção mariana deste povo. Uma beleza noturna que convidou a participar e comungar do mesmo espírito de paz, de entusiasmo e de esperança. Na igreja da Oliveira, ao longo da noite esteve o Santíssimo Sacramento exposto em adoração bastante concorrida, trazendo ao presente o caráter eucarístico da Mensagem de Fátima, sendo encerrado na manhã de 10 de junho. Todo o dia a imagem esteve à veneração dos fieis que passaram por ali para rezar no seu silêncio e descobrir no deserto da vida um refúgio e uma luz para o seu peregrinar pelos caminhos tortuosos da vida. Muitos passaram por ali e fizeram companhia uns aos outros e fizeram vigília de oração com grupos organizados que manifestaram a dedicação filial a uma mãe sempre muito atenta e carinhosa. À medida que a tarde se adiantava a igreja enchia-se cada vez mais e à hora da missa estava repleta. Aproximava-se do fim e do adeus. A celebração eucarística, ao fim da tarde, encerrou a passagem da imagem peregrina por Guimarães. Foi presidida pelo arcipreste de Guimarães e Vizela, Pª Constantino, que na homilia salientou a atualidade da Mensagem de Fátima, referiu os elementos básicos da mesma: Deus sofre; o pecado e o sofrimento humano que lhe dão origem; os apelos de nossa Senhora como remédio. O Pª Constantino salientou ainda o caráter eucarístico de toda a envolvência de Fátima e incentivou a que todos tomassem os apelos da Senhora da Mensagem: a oração, o sacrifício reparador e a emenda de vida e os pusessem em prática, como testemunho de fé e devoção à Mãe de Deus. No final o arcipreste fez a consagração do povo de Guimarães a Nossa Senhora. Entre olhares de saudade, de ternura e de cânticos a multidão presente despediu-se da imagem branca e luminosa na vetusta e emblemática praça da Oliveira, onde Portugal nasceu. Pe. António Ribeiro |