Arquivo: Edição de 21-04-2011
SECÇÃO: Informação Religiosa |
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PÁSCOA Sonhos, ilusões, determinação e também desencantos e frustrações acompanharam sempre o “fieri” do desenvolvimento e crescimento de povos, como o nosso, com história, deixando uma crosta de experiências que não só não devem ser esquecidas ou postergadas, como, circunstancialmente, bem ponderadas. As estratégias da vida pessoal e colectiva, que menosprezem as lições da experiência, mais cedo ou mais tarde deslizarão vertiginosamente no plano inclinado do fracasso e do abismo. Estamos na quadra pascal. Os cristãos celebram o mistério redentor de Jesus. Humanamente, Jesus pertencia a um Povo com uma história verdadeiramente singular. O povo hebreu foi marcado desde Abraão como povo eleito e povo da promessa. Fez, desde Abraão até Jesus Cristo, uma história temporal de cerca de mil e oitocentos anos. As longas e duras provações deste povo, acompanhadas de sinais e prodígios, mantiveram-no sempre, apesar de tudo, na perspectiva e na esperança da vinda dum messias libertador. Especialmente desde a saída do Egipto, aquele povo, tantas vezes rebelde e infiel, experimentou na carne que a sua condição existencial era “sair”, isto é, abandonar os caminhos da desobediência a Deus que o assumiu como filho querido. E foram muitos os enviados para corrigir desvios e lembrar a vocação sublime de povo da aliança, frequentemente tão esquecida e desprezada. Na plenitude dos tempos, Deus enviou o Seu Filho que encarnou e, na Sua pessoa de Deus feito homem, se tornou Páscoa definitiva, nova e eterna aliança de Deus com os homens. O homem de fé sabe que fora dele não há salvação e, sabe também que Ele é fonte que sacia plenamente o desejo de paz e felicidade. Celebrar o Mistério Pascal de Jesus com a maior intensidade espiritual possível é ocasião única para sair das agruras do deserto e reencontrar o caminho que conduz à Terra Prometida. Lima de Carvalho |