Anúncio continuado Advento
No dia a dia da nossa vida pressente-se o aparecimento de algo renovado ou diferente para o dia seguinte. Ainda o fenómeno ou a publicidade não nos despertaram para novas realidades e eis que surgem coisas novas, algumas delas tão marcantes que afectam os próprios comportamentos. Algumas são de tal modo incisivas que abalam convicções e desviam de rumos que pareciam bem definidos e determinados. É certo que a renovação e a mudança fazem parte da essência da vida, mas, no que diz respeito ao homem, há um patamar com toda a capacidade para fazer a triagem permanente de todos os envolvimentos existenciais, de forma a salvaguardar e proteger a sua identidade de ser inteligente e livre. A razão e a liberdade, os dois motores que naturalmente devem manter inabalável e consistente aquele patamar, quando deixam de agir sincronicamente podem dar origem a rupturas e situações muito complicadas e mesmo irremediáveis. Na sociedade de hoje, a vários níveis, de idade, condições e comportamentos sociais, esta realidade de mudança para pior, de caminhar no escuro e enveredar para o abismo tornam-se cada vez mais patentes e ameaçadoras quanto ao futuro. Muitas reformas políticas e sociais, em todos os tempos e particularmente na actualidade, reflectem aquela situação e deixam quase sempre em aberto a eventualidade de uma fase seguinte ainda mais indesejada. Para que o constrangimento e a apatia não venham dar lugar à aceitação de qualquer tipo de fatalismo, há que levantar a cabeça. E, considerando tantos outros esforços de caminhos de pura liberdade, aplicar todas as energias para a reconstrução dum mundo novo. Corre-se tanto à procura da sorte e de quimeras, gastando tempo e outros bens sem o mínimo suporte de sucesso! Pense-se apenas na loucura do Euromilhões. Sempre a tentação de encontrar a felicidade pelo lado menos certo ou mesmo errado. A força interior do querer é que tem de ser o ponto de partida. A purificação da mente e o trabalho constante de enriquecimento pessoal deverão estar sempre na linha da frente, para, com segurança, aguardar o advento de dias novos. Há algumas semanas que este advento está seriamente comprometido: o convite ao consumismo a distracção instalada por tantos motivos que levam a investir demasiado naquilo que pode ser a desilusão do dia seguinte estão já bem colados no seu lugar. O recurso ao escaninho das reservas espirituais permitirá que tudo poderá ter o seu lugar, obedecendo, como deve ser, à regras de prioridade. Afinal, todas estas considerações à volta deste período que anuncia Natal! Porém, mais do que anunciar Natal, ele deve ser aproveitado para preparar o Natal. E, se assim acontecer, há justificada esperança de alcançar e viver um novo dia. A oferta cristã do Natal é certamente um Património que todos os anos se apresenta à Humanidade como sinal de libertação e salvação. Lima de Carvalho
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